FOTOPROTEÇÃO E

Constata-se atualmente, em todo mundo, verdadeira epidemia de hipovitaminose D: um grande número de pessoas, com níveis insuficientes e até deficientes de vitamina D. Isso tem originado politicas de suplementação da indústria alimentar (por exemplo, laticínios, sucos industrializados), ou mesmo suplementação oral em populações de risco (como idosos), e recomendação para se expor solar, porém com protetor solar.

Esta deficiência não tem relação com a utilização de filtro solar, e sim com a ingestão deficitária de determinados alimentos (carnes, peixes, frutos do mar, ovos e leite) e, principalmente, devido aos nossos hábitos de lazer e de trabalho, em ambientes abrigados do sol, característicos da sociedade moderna que não se expõe ao sol no seu cotidiano.

A vitamina D é um hormônio produzido a partir da ingesta nutricional, e em 90% pela pele, sob exposição leve à radiação UVB. Ela desempenha importantes funções no organismo, principalmente no metabolismo ósseo, imunidade e resistência à insulina.

Diversas condições clínicas e de hábitos interferem nos níveis de vitamina D, como dietas restritivas, cirurgia bariátrica, obesidade, hepatopatia, nefropatia, idosos, acamados, indivíduos que não se expõem diretamente ao sol, sedentarismo, diabetes mellitus, entre outras.

Além disso, características individuais, como a espessura da pele exposta (reduzida em idosos), e outros fatores como má-absorção do intestino (como ocorre em pacientes que fizeram cirurgia bariátrica), medicamentos de uso regular, obesidade, sedentarismo, e variações nos receptores de vitamina D nos tecidos, que interferem na síntese e disponibilidade desta vitamina, são elementos que contribuem para a atual epidemia de hipovitaminose D.

Os resultados de pesquisas da SBD, entre outras, subsidiam a manutenção da indicação da utilização regular do filtro solar, frente à exposição moderada ao sol e confirmam que a exposição solar mais segura para a pele, deva ocorrer fora dos horários de pico do UVB (10h-16h), sob vestuário adequado e sem risco de vermelhidão (o que degrada a vitamina D da pele).

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

O FOTOPROTETOR É CULPADO PELA REDUÇÃO DA VITAMINA D NO NOSSO ORGANISMO?

A pesquisa revelou que a variação dos níveis plasmáticos de vitamina D foi maior  para o grupo exposto com filtro solar do que para o grupo confinado, mostrando que ocorreu síntese efetiva de vitamina D após breve exposição ao sol, mesmo com filtro solar.

Foi comprovado que a síntese de vitamina D depende de doses muito baixas de UVB em pequenas áreas do corpo. A radiação atinge a pele através do vestuário leve e couro cabeludo, áreas que não são completamente cobertas pelo filtro solar.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

VITAMINA D X FOTOPROTEÇÃO

Vitamina D ilustr

A Vitamina D é fundamental para a saúde humana, e um dos seus benefícios mais importantes é favorecer a absorção de cálcio e sais minerais, prevenindo osteopenia, osteoporose, osteomalácia, raquitismo e fraturas.

A principal fonte de Vitamina D é a radiação Ultra Violeta do tipo B (UVB) que transforma 7-Dehidrocolesterol, presente na pele, em pré-colecalciferol (pré-Vitamina D3). Em seguida uma cadeia de reações metabólicas passa a ocorrer no fígado e nos rins, culminando com a síntese da Vitamina D (1,25-dihidrocolecalciferol).

De acordo com o Dr. Michael F. Holick, especialista em pesquisas sobre esta vitamina, “com níveis adequados de Vitamina D podemos viver mais tempo”.

O pico de ação da radiação UVB, ocorre no período compreendido entre 10h30 e 14h30, que é quando a incidência destes raios torna-se perpendicular e mais profunda, com maior poder eritematógeno (vermelhidão da pele). Esta radiação é o fator mais importante no desencadeamento do câncer de pele (ação fotocarcinogênica), e bastam 5 minutos de exposição para que modifique as proteínas ao redor dos capilares sanguíneos da derme, desencadeando processo inflamatório que se traduz pelo eritema.

Segundo a Skin Cancer Foundation, cerca de 90% dos cânceres de pele são melanomas, e basta uma bolha de queimadura na pele, causada pelo sol, para dobrarem as chances de se desenvolver um melanoma no futuro.

Os filtros solares podem absorver ou refletir o UVB e realmente reduzem a produção de Vitamina D na pele.

Segundo estudo realizado, por De Paula Correa et al, na cidade de São Paulo, durante 3 anos, onde somente mãos e face, foram expostos ao meio ambiente externo, de modo não intencional, durante 10 minutos diários, ficou demonstrado que este tempo foi suficiente para produção adequada de Vitamina D, em uma pessoa de fototipo II (a que queima e não bronzeia, segundo Fitzpatrick)

Com base em pesquisas e experimentos realizados no mundo inteiro, que envolvem a necessidade de Vitamina D X Foto Proteção, podemos concluir que devemos ter maior preocupação com os riscos relacionados à exposição solar do que com os da não exposição.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia manifestou-se formalmente declarando que “na prática sabemos que o uso regular de fotoprotetores não levam à deficiência de Vitamina D”.

SOL, AMIGO OU INIMIGO?

 

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Utilizar foto protetores evita câncer de pele, mas também inibe a produção de vitamina D. Testes demonstraram que o FPS 15 pode reduzir em 30% a síntese desta vitamina, e o FPS 30, em 90%.

Em 2013, durante o 17.o AAD (American Association of Dermatology), foi realizado o forum Controversies in Vitamin D, para discutir sobre os benefícios, riscos e recomendações para manter a dosagem de vitamina D em nosso corpo.

A Radiação UVB, emitida pelo sol, transforma a 7-Dehidrocolesterol, presente na pele, em pré Vitamina D3. Posteriormente, uma série de reações metabólicas passam a ocorrer no fígado, e nos rins, finalizando a produção da Vitamina D, cuja meia vida é de aproximadamente 2 semanas.

Porém temos a compensação no dia-a-dia.

Estudo publicado por De Paula Correia et al, avaliando o nível de radiação na cidade de São Paulo, durante 3 anos, demonstrou que a exposição diária, não intensional, de apenas 25% do nosso corpo ao meio ambiente (face, antebraços e mãos), é suficiente para a produção adequada de vitamina D.